domingo, 24 de maio de 2015

O Brasil que compara e não faz

Quase que diariamente vejo matérias na imprensa brasileira fazendo comparações entre o futebol brasileiro e as mais diversas Ligas da Europa e outros países. A maioria absoluta mostra o nosso país em desvantagem, soando como demérito ou vergonha nacional (sempre em tom de espanto, como se fôssemos uma super potência), mostrando o quanto estamos atrasados na gestão do nosso esporte.

Não adianta compararmos, por exemplo, a Copa Libertadores de América com a Liga dos Campeões. O torneio europeu possui um alcance internacional enorme e uma combinação de fatores que fazem do mesmo imbatível.

O trabalho de marketing desenvolvido na Liga dos Campeões busca o maior alcance internacional possível, com a comercialização dos direitos de transmissão. Mas somente isso não é suficiente. Tem que haver um esforço do parceiro de mídia local para promover o evento, gerando assim mais audiência e retorno para os patrocinadores e clubes participantes.

É o que vimos no Brasil, quando a UEFA fechou um acordo de transmissão com a TV Globo, buscando mais audiência no “país do futebol”, pois não estava satisfeita com os resultados obtidos com a TV Bandeirantes. (1)

Hoje no Esporte Espetacular, na TV Globo, passou o último episódio da “Liga dos Sonhos”, uma série especial sobre a Liga dos Campeões. Uma produção de fazer inveja na Taça Libertadores e na Conmebol e de deixar nós, torcedores sul-americanos, com brilho nos olhos.

Fica evidente que falta para a Conmebol um trabalho de marketing mais elaborado, como a produção de conteúdo sobre a Libertadores para as mais diversas mídias, a obrigação de transmissão das finais pelos canais de TV abertos que detêm os direitos de transmissão do torneio e diversas outras ações.

Sabemos que o poderio econômico do futebol brasileiro e sul-americano refletem a situação econômica do Brasil e seus vizinhos, mas a má gestão continua sendo o principal fator dos efeitos negativos. Além disso, o sistema político pelo qual o futebol sul-americano está estruturado é o grande vilão do desenvolvimento do nosso futebol.

Sou um grande fã do modelo americano de gerir as ligas esportivas com suas franquias, algo impossível de aplicar no futebol brasileiro. E para essa questão eu não vejo soluções, a não ser contar com a competência de um dirigente ou outro, ou um esforço partindo da Globo ou da CBF. Sendo obrigada a atender o interesse de suas Federações filiadas, a CBF deixará os Campeonatos Estaduais intocáveis, mesmo que a maioria deles sejam deficitários (eu não defendo o fim dos Estaduais, mas sim uma adaptação do calendário, que falarei mais adiante).

Defendo que não adianta comparar o futebol brasileiro com as principais ligas do mundo, pois não estamos em tal patamar. O máximo que podemos fazer hoje é estudá-las e admirá-las. Nós, brasileiros, temos que nos colocar em nosso devido lugar e o máximo que podemos comparar são com os nossos vizinhos sul-americanos. Basta ver a média de público dos principais clubes argentinos, que já nos mostra que a caminhada é muito mais áspera do que imaginamos. Precisamos primeiro olhar para os lados. (2)

Estudo da Pluri Consultoria. 


quinta-feira, 5 de março de 2015

"Jogo para Ninar" da Fox Sports

Hoje eu li uma matéria no Máquina do Esporte sobre a iniciativa da Fox Sports de passar o "Jogo para Ninar" nas madrugada, uma campanha voltada para os pais iniciantes. Parabéns pela criatividade!


sábado, 28 de fevereiro de 2015

Orlando City

Flávio Augusto da Silva, fundador da WiseUp e proprietário do Orlando City


O brasileiro Flávio Augusto da Silva, proprietário do Orlando City, divulgou em sua conta no Facebook "Geração de Valor" o que ele denominou de "rápido relatório de resultados" do clube, que neste ano estreia na MLS, a Liga de Futebol dos Estados Unidos.

Confira o post na íntegra:

UM RÁPIDO RELATÓRIO DE RESULTADOS DE UM DE MEUS EMPREENDIMENTOS (27/02/2015)
. Os ingressos para o jogo de estreia do Orlando City contra a equipe de Nova Iorque, no dia 08/03, estão quase esgotados. Em poucos dias, 100% terá sido vendido. Mais de 60 mil estarão presentes em nosso estádio para o nosso jogo de estreia. Olhe para a foto e imagine a lotação máxima e todos gritando:
*O R L A N D O * C I T Y * \0/ \0/ \0/
. As camisas oficiais do Orlando City estão esgotadas em várias lojas de Orlando. Mal chega na loja e esgota novamente. A Adidas está correndo para tentar atender a esta demanda que está muito acima do que eles imaginavam. Isso inclui o Brasil.
. Season Tickets (carnê com 16 ingressos dos jogos em casa de 2015) - mais de 13.000 carnês já foram vendidos antes da bola rolar, ou seja, 210.000 ingressos vendidos por antecipação. Faltam apenas algumas centenas de carnês serem vendidos para alcançarmos a meta de 14.000 carnês para 2015. Não aumentamos a meta porque queremos dar a chance de novos torcedores poderem assistir aos jogos.
. Mais de 50 contratos de patrocínios assinados com grandes empresas e algumas dezenas de contratos em vias de serem assinados nas próximas semanas.
. Direitos de TV nacional fechado com 3 emissoras dos EUA que vão transmitir os jogos toda sexta, sábado e domingo, em horário nobre, além de vários países da Europa, Oriente Médio, inclusive o Brasil, que compraram os direitos de transmissão.
. Contrato de transmissão de TV local fechado com a FOX para os jogos do Orlando que não forem transmitidos nacionalmente nos EUA.
Com esses resultados, o Orlando City Soccer Club já desponta como uma das melhores administrações da MLS. Agora, só falta começar a jogar futebol...
No próximo dia 08/03, Kaká e uma equipe formada por 11 jogadores que atuam nas seleções nacionais de seus respectivos países vão representar o Orlando City Soccer Club em sua histórica partida de estreia na MLS - Major League Soccer (MLS) com casa cheia com mais de 60 mil torcedores.
Será uma grande festa.
Há um ano e meio, anunciei aqui no GV em primeira mão que comprei este clube, que na época ainda estava numa espécie de segunda divisão, foi muito gratificante quando muita gente me chamou de louco e ouvi muito essa pergunta com uma certa ironia: "clube de futebol nos EUA?"
Hoje, esses resultados de público e financeiros já fazem frente aos resultados dos maiores clubes do mundo.
O Orlando City é GV.

Kaká será uma das estrelas da equipe para 2015

Opinião: Chama a atenção o fato dos direitos de transmissão não serem exclusivos de um canal de TV, o que aumenta consideravelmente a visibilidade e o alcance do campeonato. Aqui no Brasil, as ligas e federações sempre assinam contratos de exclusividade com um determinado canal de TV, que muitas vezes transmitem apenas um jogo por rodada ou só as finais. Os clubes perdem visibilidade e oportunidade de novos negócios. No futebol temos a opção do pay-per-view nos principais campeonatos (Série A e B do Brasileirão, Paulista, Carioca, Mineiro, Gaúcho e Catarinense). Os demais esportes como basquete, futsal, vôlei enfrentam essa situação de forma mais acentuada.